los une, PORTO.— La grandiosa Avenida délos Aliados. — L'Avenue des Aliées.Die Promenade der Allierten. I OIS feitos entre muitos, ha a destacar o amor que Portus-al e a Galiza se professain, a I 1 Semana Portuguesa realizada em Vigo do 26 de Margo a 3 de Abril de 1933, e a primeira Exposigao Colonial Portuguesa que no Porto esteve liaberta durante tres meses no ver2o de 1934. A Semana Portuguesa fez vir a Galiza a muitissimos Portugueses, e muito especialmente nos últimos dias, toda a cidade de Vigo era um acampamento de automoveis, por resultarem insuficientes as garages da cidade. A Expósito Colonial levou ao Porto muitos milhares de galegós, que na sua maoria depois de visitarem o interesantissimo certamem, se extendiáo por Portugal, percorrendo as suas principaes cidades e villas. Porque é necesario repetir. o que dizemos num artigo publicado, por ocasiao da Semana Portuguesa em Vigo, no «Boletín da Sociedade Luso-Africana» do Rio de Janeiro. «Os galegos nao se sentem estrangeiros em Portugal, nem os Portugueses notam nada extranho ao cruzarem o Rio Minho ou raia seca, esas fronteiras que as agita^oes políticas da Península Ibérica estabeleceram caprichosamente e que ha que respeitar, porque o que a Historia escreveu já nao é possivel apaga-lo. O que nao é obstáculo para que portugueses e galegos se comprendam admiravelmente. ¿Como nao, se todos sao uns? «E fonpa inútil ir contra os distinos da raza.» Nao: Portugal e a Galiza nunca se considerarao desconhecidos. «Quando a vilania de um Duglesquim poz a Pedro o Cruel de baixo de un punhal fraticida de seu hermanastro Enrique, a Galiza nao quiz reconhecer a este como Rei, ainda que o titulo de galego de Trastámara que Alfonso XI Ihe concederá, e se poz ao lado de Fernando de Portugal, bisneto de Sancho o Bravo, que requería para si a coroa de Gástela. Depois quando. morreu Enrique 11, o duque de Lancaster, como genro de Pedro o Cruel, Ihe disputava o trono de Gástela a J<>ao I, a Galiza tambem se revoltou contra o soberano, sustentando os direitos do pretendente. Finalmente ao subir Isabel a Católica ao trono que seu irm§o Enrique IV deixou livre, Alfonso V de Portugal declarou-lhe a guerra, em defesa de sua sobrinha Joana. Ainda outra vez os galegos se declararam ao lado dos portugueses, sustentando os direitos da Beltraneja. «Quer dizerque em todos os conflictos entre Portugal e Gástela, os galegos estiveram sempre ao lado dos portugueses. Era a voz da sangue que juntava os irmaos de raza.» II O turismo lusitano na Galiza esta tao entranhado, que a ninguem estranha que ñas cidades de esta regiao se fale o portugués ñas rúas, como tambem aos portugueses já se Ihes adaptou ao houvido a pronuncia galega de milhares de visitantes. Se nao fossem as formalidades alfandegarias e policíaes que é necessario cumprir na fronteira, nem os portugueses supuriam que, ao atravesar o Minho, entravam num paiz estrangeiro, nem os galegos tamben se darían conta do passar a Ponte Internacional entre Valen^a e Tuy, tinham saido da sua Patria. Para atrair os portugueses, tem a Galiza as suas rias, a aninia^ao das suas cidades, o prestigio da Universidade de Santiago de Compostela e o explendor religioso e devoto que irradia da catedral levantada sobre o túmulo do Apóstol Santiago filho de Zebedeo. Para chamar os galegos, mostra Portugal as suas grandes cidades de Lisboa e Porto, a sua sabia Coimbra, a sua religiosa Braga, sua Viana do Gástelo, toda ela um jardim mimoso, e tantas outras cidades belissimas, os seus museus de Arte, Historia e Arqueología: suas grandes organiza^Ses municipaes e muito especialmente esse espirito hospitalario, amavel e cativante como recebe todos os seus visitantes. Mas é que o galego tambén é cativante e aconhedor, e a todos os que os visítam tambem os recebe com o sorriso nos labios e a alegría no coragao, e para com os portugueses extrema muito mais essas manífestagoes. E nao f alaremos na beleza do paiz em geral, porque a Galiza ea provincia Portuguesa do Minho, sao dotadas de um igual. Urna esmeralda partida em duas por urna fita de prata. 111 Em tempos os galegos só hiao a Portugal para servir a mesa, mogos de fretes ou aguadeíros. Porque naquela mesma época tamben só vinham a Galiza os trolhas e oscanteiros. Mas uns e outros avívaram o fogo de amor fraternal, durante varios seculos adormecidos. E a Galiza e Portugal comegaram a verse primeiro com curiosidade e depois com carinho. Urna desgraga horrivel, o incendio do teatro Baquet do Porto, fez que esse carinho se transformase em verdadeiro amor. O irmao galego sentiu como o seu ¡rmao portuense a emensidade d' aquela tragedia, e Vigo, organizou um memoravel espectáculo, em que obteve urna crescida quantia para socorrer aos perjudicados e os feridos daquela desgraga. AS It EL Al OES Ll SO-GALAICAS HISTORIA C O M IX Jí Depois ao darse a sublevapao Republicana do 31 de Janeiro de 1891, os derrotados que fugiram pdra a Galiza riela encontaram hospitalidade sincera e segura. Seguidamente organizaram-se excurgoes colectivas e de recreio, e as principaes cidades de Portugal e da Galiza receberam em triunfo os visitantes dos comboios especiaes; cliegaudo até ellas radiantes de alegría. E a fronteira seguía existendo nos mapas e ñas relagües oficíaes e diplomáticas, .mas para os portugueses e galegos era como se as tivessem abolido. Muitos contribuiram tambem para tal conseguir, como exemplo, os desportistas, aqueles ciclistas do seculo passado, principios do actual que estabeleceram as corridas de estafetas entre o Porto e Vigo, que concorríam as provas internacionaes para conquistar os trofeus da gloría. IV O automobilismo deu facilidades que nunca se puderam sonliar, e o ir lioje de qualquer cidade galega a Portugal, e o vir de Portugal a Galiza, é o mesmo que antigamente sair de casa para visitar a um amigo ou párente que vive na mesma rúa. Nem aos portugueses Ihes é necessario falar outro idioma que nao seja o portugués para fazarse comprender pelos galegos, nem os galegos tem necessidade de apelar a outro ideoma que o seu proprio para que os portugueses o comprendam sem a mais pequeña dificultade. O que comegaram os operarios e continuaran os deportistas, completarao amanha os homens de ciencia, ñas aulas compostelanas houvirao com silemcío e admiragao as sabias ligoes de cultissimos professores universitarios portugueses. E as escolas superiores lusitanas • houvirao tambem com igual atengao as ligues que a sabeduria de Compostela Ihes mostrara por boca dos seus lentes. PORTO. - Esta gran urbe portuguesa ofrece al turista anchas avenidas y excelentes playas, como esta de Foz.— L'avenue de la Foz á Porto. — Diese berühnte Stadt bietet dem Turisten herrlich Promenadsn und Strandplatze, wie diese Aufnahme von «La Foz» zeigt. V A Galiza segué sendo Espanha, e Portugal sempre é Portugal: Mas nem em Portugal nem em Espanha ha duas regioes que entre si se comprendam se amen e se abracem como Galiza e Portugal. E nao pode ser de entra maneira. É o sangue que os chama: é a mesma lingua que os une, ainda que elles mesmo o nao queiram. Quando os habitantes dos montes Herminios fuguíram da perseguígao Romana, pensaram vir a um paiz estranho; ao refuguiarse na Galiza? Nao, porque íoram os galegos quem Ihes deram os baicos para eles seguirem para as ¡llias Cíes, donde soputiham que estariam mais seguros. Pois se entao nao houve fronteiras para o amor de irmaos, ¿quem dice que as ha na actualidade? E se as ha ¿que? E um muro que divide a horta de dois irmaos que se querem bem e que todos os dias a elle se sobem para darse os bons dias. Já o dize o brigadier ex-ministro das Colonias, portugués Exmo. Sr. Joao de Almeida, num notavel artigo tamben publicado a proposito da Semana Portuguesa em Vigo: «Ao afirmar que nada d¡>tingue os galegos dos portugueses quería eu dizer que nem geografía, nem étnica, nem historia, nem relígiüo, nem social, nem lingüísticamente eram galegos diferentes dos portugueses.» Todos os espirites cultos portugueses assim pensam. Todos os galegos ilustres o declaram de igual maneira: galegos e portugueses somos todos uns. E eu pregunto que falta faz fomentar as relagoes entre Portugal e a Galiza, se elas já exis. tem desde que ambos povos víeram a vida como um só? O que é necessario é que nunca se perdau o amor que como irmaos devem ter; que nunca o muro que divide as respetivas hortas se transformem numamuralha impossivel de transpor. Ainda que como impossivel de transpor se construiu urna muralha na China, hoje nao é mais que una reliquia histórica. Avelino Rodríguez Elias. Socio Da Academia de Sciencias de Lisbon, do Instituto de Coimbra, do Instituto Histórico do Minlio e dn Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro. Traducgao de Manuel Carvalhido LEIXOES.-E1 magnífico puerto. - Le port de Leixoes. — Der Hafe von Leixoes.